Na última terça-feira, os educadores deliberaram pela continuação do movimento paredista. Eles buscam uma negociação com a administração municipal para o retorno de gratificações que foram cortadas ou reduzidas drasticamente e também para a elaboração de um plano de reforma e manutenção das escolas.
"Nosso questionamento não é só pelo valor de piso, mas a forma com que o prefeito Ivan Leite o aplicou, destituindo a carreira do professor de gratificações importantes e que incentivavam o trabalho do docente", disse Ivonia Ferreira, coordenadora da sub-sede Sul do SINTESE.
A implantação do Piso Salarial Nacional em Estância foi feita pela prefeitura de forma traumática para os professores, não houve negociação. A administração incorporou a regência de classe, a titulação e reduziu drásticamente os percentuais para progressão vertical e horizontal. "Infelizmente Estância deu mau exemplo para Sergipe, não houve negociação para a implantação do piso salarial e os professores viram a carreira do magistério ser destruída", explicou Ivonia.
Não abre o diálogo
Ao invés de sentar com a categoria e buscar uma solução negociada para as questões apresentadas pelos professores, o prefeito Ivan Leite deu um péssimo exemplo. Através de cartas assinadas pela secretária municipal de Educação e pela chefe de gabinete, atacou a moral dos professores, chamando-os de insanos, mentirosos e outros termos depreciativos.
Não respondeu a nenhum dos pedidos de audiência, ignorou inclusive as solicitações da deputada estadual Ana Lúcia e do deputado federal Iran Barbosa. Em audiência já no Ministério Público, o prefeito enviou somente a procuradora do município que foi enfática ao dizer que a prefeitura não negocia.
A situação chegou a tal ponto, que em uma dos atos públicos promovidos pelos professores, o filho de uma educadora foi agredido por uma pessoa que tem cargo comissionado na prefeitura. "A que ponto chegamos, a Constituição nos dá o direito de fazer atos públicos nas ruas, de protestarmos democraticamente contra o que achamos errado", disse
A administração municipal desconsidera também que os pais dos alunos estão engajados e cientes das reivindicações dos professores, eles perceberam que as condições estruturais das escolas não oferecem oportunidade de uma boa Educação e já denunciaram o descaso ao Ministério Público.
Receita
Quando a categoria busca o retorno das gratificações que incentivam o exercício da docência (titulação, regência de classe) é porque tem a consciência de que o município teme margem nas receitas para negociar. Estância tem a maior receita do Fundeb de todos os municípios da região Sul, mas paga os menores salários para os educadores.
O argumento da administração é que falta recursos, que salários tiveram que ser cortados. O prefeito Ivan Leite só esquece de mencionar que somente os salários dos professores, merendeiras, serventes e vigilantes foram reduzidos, mas o próprio salário e o do secretariado continuou intacto, o que para o sindicato não foi um bom exemplo para uma administração que diz fazer contenção de despesas.
Nesta sexta, 27, os professores realizam nova assembleia para definir os rumos do movimento.
Fonte: Sintese
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