segunda-feira, 30 de agosto de 2010

REGULAMENTAÇÃO DE MOTOTÁXIS VOLTA A SER DISCUTIDA NA CÂMARA DE ARACAJU.

Foto: Alberto Dutra

Mais uma vez, a Câmara Municipal de Aracaju (CMA) voltou a discutir a regulamentação da profissão de mototaxistas no município de Aracaju. O autor do requerimento, o primeiro secretário da Casa Legislativa, Fábio Mitidieri (PDT), defende o trabalho dessa categoria e apresentou o Projeto de Lei regulamentando o serviço em Aracaju, mas foi vetado pela maioria dos vereadores.

No seu discurso, Fábio Mitidieri lamentou a ausência da Prefeitura de Aracaju na Sessão Especial. "A ausência da SMTT talvez demonstre o descompromisso do orgão com a categoria. Lamento profundamente não ter um representante do executivo municipal para que argumente com números e dados o motivo da não regulamentação destes profissionais", disse.

O vereador do PDT levou ainda uma apresentação em slides com informações sobre a profissão. Mitidieri explicou a chegada do motaxímetro. "Isso já existe em outras capitais e vai proteger ainda mais os cidadãos que utilizam esse serviço". O parlamentar também mostrou aos presentes a real necessidade da regulamentação da profissão em Aracaju.

"Um total de 76% da população de Aracaju disseram sim à regulamentação do mototaxis, que, inclusive, já foi regulamentada pelo Governo Federal. Se hoje existe o serviço de mototaxi é porque o transporte público em determinada região é ausente ou deficitário. O mototáxi não tira o passageiro dos taxistas, até pelo valor da corrida. O cidadão tem que ter a oportunidade de escolher como quer andar", considerou.

Reclamações

O presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais de Aracaju (Sindmotoaju), Jailton Pereira, disse que já está desgastado e que não tem mais desejo de lutar pela causa. "A gente começa a ver que no Brasil os interesses pessoais estão acima de qualquer coisa. Não está sendo discutido interesses coletivos, e sim, individuais", comentou Jailton, falando sobre a retirada do meio de sobrevivência dos trabalhadores desta categoria com a não regulamentação dos mototáxistas.

"Legalizar o serviço seria uma demonstração de inteligência, mas nossos governantes não têm demonstrado boa vontade quando continuam perseguindo esses chefes de família que só querem um meio para sobreviver. Não é ético falar do prefeito, mas ele está precisando ter respeito a esses 1100 chefes de famílias que precisam dessa atividade para sobreviver. Eles estão preocupados com quem banca suas campanhas. Lamentavelmente o nosso país é capitalista e as pessoas estão mais interessadas em dinheiro do que nas causas coletivas, sinto vergonha de fazer parte dessa sociedade", desabafou o representante da categoria.

Já o presidente da Sindicato dos Mototaxistas de Aracaju (Simotáxi), Irinaldo Santos, criticou a forma de abordagem dos agentes de trânsito da Superintendência de Transporte e Trânsito (SMTT)."Enquanto estamos nas ruas trabalhando honestamente, a Prefeitura coloca guardas e orientadores de trânsito para perseguir pais de família.Tenho recebido reclamação que guardas da SMTT estão armados com cacetetes. Eles não estão mais abordando e sim agredindo os trabalhadores", denunciou.

O presidente do Simotáxi divulgou uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Municípios onde diz que existem mais de 3 milhões de mototaxistas no Brasil. "Existem 642 municípios no país onde a profissão é liberada e, aqui em Sergipe, apenas a capital não é regulamentada. Não tem mais como voltar atrás, nosso serviço é inerente à população. Aqueles que não concordam, façam uma reflexão, nós servimos como uma alternativa ao trânsito de Aracaju", acredita.

Vereadores

O vereador Dr. Emerson Ferreira (PT) disse que vota e apoia a causa dos mototaxistas. "Não surgiu nenhum fato novo para que eu não seja favorável a este projeto". Ele defende ainda que o que existe na verdade é um conflito de interesses para a aprovação do projeto. "Quantos dos senhores deram dinheiro para políticos? Por que há tanto desinteresse em não resolver problemas dos pobres?", questionou o parlamentar.

Já o vereador Nitinho (DEM) lembrou que foi o primeiro a colocar projetos em defesa da categoria. "Hoje, poucos motaxistas reconhecem que o vereador Nitinho votou a favor da classe. Isso é falta de informação. Eu nunca usei qualquer cidadão de Aracaju para poder barganhar um voto, minhas palavras sempre foram cumpridas", garantiu.

O presidente da Câmara de Aracaju, vereador Emannuel Nascimento (PT), parabenizou o movimento, mas destacou que não existe vereador contra o povo. "Existe sim, posição contrária, mas não contra o povo. Agora o que devemos fazer é convencer os vereadores a votarem a favor de vocês. A gente tem que ver isso como um processo democrático", explicou Emmanuel aos representantes de mototaxistas.

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