Faltando oito dias para o início da Copa do Mundo, a seleção brasileira treinou hoje (3) em clima de festa no bairro de Soweto. Cerca de 5 mil pessoas assistiram ao treinamento no estádio Dobsonville, na periferia de Joanesburgo, e fizeram muito barulho com suas vuvuzelas (espécie de corneta) enquanto os jogadores faziam exercícios leves e retribuíam com acenos o carinho dos sul-africanos.
O treinamento foi o primeiro aberto ao público realizado pela seleção na África do Sul. Os ingressos foram distribuídos gratuitamente pela polícia para os moradores de Soweto. Quem compareceu aproveitou para ver pela primeira vez alguns dos maiores ídolos do futebol brasileiro e do mundo.
“Kaka (sic)” , disse Otwa Elefu, de 15 anos, esquecendo a pronúncia do acento agudo no nome do seu jogador favorito da seleção brasileira, o meia Kaká. “Ele é o melhor.”
O jovem habitante de Soweto nunca tinha visto nenhum time profissional jogar ou mesmo treinar no estádio da sua vizinhança. Perguntado sobre o sentimento de assistir ao vivo um treinamento da seleção brasileira perto de sua casa, ele respondeu: “estou orgulhoso”.
Soweto é um dos marcos da luta contra o regime discriminatório do apartheid. Com maioria de habitantes negros e pobres, o local foi escolhido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) para o treino buscando promoção e divulgação da primeira Copa sediada no continente africano.
A estratégia da Fifa foi aprovada pela jovem Meema Mtheleni, de 25 anos, que também acompanhou das arquibancadas o treino da seleção. “Gostei muito do Brasil vir aqui”, afirmou. “As pessoas precisam vir até aqui para ver que, em Soweto, nós vivemos felizes.”
Para ela, a Copa trouxe uma vibração positiva e mais ação para a África do Sul. Soweto, disse Meema, também está sendo beneficiado. Quanto às decepções, até agora, ela só aponta uma. “Não acredito que o Ronaldinho não veio”, disse surpresa quando avisada que o jogador não havia sido convocado pelo técnico Dunga para a Copa deste ano.
Fonte: Agência Brasil (Vinicius Konchinski)
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