Transferido do Rio de Janeiro, o adolescente J., que delatou o primo, o goleiro Bruno do Flamengo, chegou a Minas Gerais na tarde terça-feira (13) e está na Vara da Infância e Juventude de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, onde presta novo depoimento, informou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça mineiro. Ele é um dos envolvidos no desaparecimento da ex-namorada do atleta, Eliza Samudio.
O adolescente deixou o Centro de Triagem no Rio de Janeiro na tarde desta terça e foi escoltado por policiais até Minas Gerais. Ele é ouvido sobre o caso pelo juiz Elias Charbil Abdou Obeid e pelo promotor de Justiça Leonardo Barreto Moreira Alves.
A transferência do menor para Minas foi autorizada ontem, pela 2ª Vara de Infância e Juventude do Rio de Janeiro. A polícia quer a acareação entre ele e outro primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, para confrontar as versões apresentadas pelos dois suspeitos no caso.
Adolescente mudou versão
Ontem, em seu segundo depoimento, o adolescente J. afirmou que Bruno chegou no mesmo dia em que a ex ao sítio do goleiro em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte. O interrogatório traz uma versão diferente da apresentada anteriormente por J. à Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na terça-feira passada (6).
Na última quinta-feira (8), o adolescente prestou depoimento ao Ministério Público do Rio. Consta nessa segunda versão que “em certo sábado, Luis Henrique, conhecido como ‘Macarrão’, disse ao depoente que os dois iriam pegar Eliza porque ela estava ‘dando muita apurrinhação’ para o goleiro Bruno; que a ‘apurrinhação’ se devia as questões referentes ao filho que Eliza dizia ter com Bruno; que, na interpretação do depoente, o declarante e Macarrão iriam dar um susto em Eliza”.
J. disse ainda que Bruno teria chegado no sítio em Esmeraldas de táxi um dia depois de Eliza e que o goleiro só teria ficado na propriedade por duas horas. Em seguida, Bruno teria chamado um táxi porque queria ir embora no mesmo dia para o Rio de Janeiro. Já ao Ministério Público, J. disse que Bruno chegou no sítio no mesmo dia que ele, Macarrão, Eliza e o bebê, numa segunda-feira, e o goleiro teria ficado até quarta-feira.
No depoimento, ele conta ainda como estava a ex-amante na propriedade do jogador: “Eliza não podia sair do sítio, mas não ficou confinada a algum cômodo, tendo trânsito em toda a casa, inclusive frequentando a piscina”.
Contrariando o primeiro depoimento, J. afirmou também que Dayanne, mulher de Bruno, já estava no sítio quando ele e Macarrão chegaram do Rio trazendo Eliza. Porém, o menor não disse se o casal estava presente quando Eliza foi morta.
Detalhes do assassinato
No depoimento concedido dia 8 ao MP, o menor J. contou que enquanto um homem conhecido como “Neném” dava a “gravata”, estrangulando Eliza, Macarrão amarrava as mãos da vítima. Na primeira versão contada à Polícia Civil do Rio, o menor não tinha feito referência à participação de Macarrão no local do suposto crime.
J. acredita que foi a gravata que causou a morte de Eliza: “que [o depoente] Neném puxou Eliza para trás, deitando de costas enquanto a sufocava; que acredita que foi este golpe o causador da morte de Eliza; que Neném falou para os demais saírem e aguardarem na garagem; que cerca de uma hora depois Neném retornou com um saco preto e, embora não tenha sido dito, todos presumiram que o corpo de Eliza estava esquartejado dentro do saco; que Neném levou o saco com o corpo para o canil onde estavam alguns cachorros”.
Fonte: UOL Notícias (Rayder Bragon)
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