O líder da bancada de oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), questionou a presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa sobre a marcação da data da vinda do secretário estadual da Fazenda, João Andrade, para fazer os esclarecimentos sobre as finanças do Estado, conforme dispositivo constitucional. Segundo o parlamentar, a vinda ocorre a cada quatro meses, e já está se encerrando o quadrimestre e ainda não há data marcada para a vinda. “E isso nos preocupa devido às notícias que têm saído na imprensa”, disse.
Venâncio Fonseca citou nota publicada na coluna Periscópio, do Jornal da Cidade, na última terça-feira, na qual fala sobre o apelo feito pelo governador Marcelo Déda aos secretários para que evitassem gastos desnecessários, pois a situação financeira do Estado não seria boa e o governo precisa pagar o 13º salário dos servidores. “Houve queda na arrecadação do FPE, mas os recursos aplicados através de refinanciamentos de dívidas fiscais (Refis) já garantem o salário de dezembro e o 13º salário”, dizia a nota lida. “Veja só que situação se encontra o Estado de Sergipe”, avaliou Venâncio.
O deputado progressista falou ainda sobre outra matéria publicada hoje que trata de uma possível crise, em que o governador estaria dormindo mal, preocupado com a saúde financeira do Estado, por conta da queda do FPE, que teria diminuído a arrecadação este ano em R$ 100 milhões. “Então nós queremos a presença do secretário aqui para que possa transmitir a situação financeira do Estado de Sergipe e assim demonstrar, através de números e dados, a situação que se encontra o Estado para tranquilizar os sergipanos e principalmente o funcionalismo público com relação ao seu recebimento”, disse Venâncio. Ele solicitou à presidência que seja marcada a data da vinda do secretário o mais urgente possível para que cumpra o que a lei determina.
Situação da saúde
Ainda em seu pronunciamento desta quinta-feira, o líder da oposição voltou a falar sobre a situação da saúde em Sergipe. Venâncio Fonseca falou sobre uma charge publicada na capa da revista da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), de autoria do chargista Álvaro, que criou uma polêmica. A ilustração mostra o governador Marcelo Déda chicoteando o presidente da Somese, Petrônio Gomes, sendo observado pelo ex-secretário de Saúde, deputado Rogério Carvalho (PT).
Na avaliação do líder da oposição, os médicos foram de uma responsabilidade e de uma ética muito grande, porque a revista, mesmo pronta antes da eleição, só foi distribuída agora, para não dizer que estavam interferindo através de suas opiniões. Na publicação, além da charge, há depoimento de médicos sobre a situação da saúde em Sergipe. Venâncio Fonseca lembrou que o chargista Álvaro já está respondendo a processo por conta de uma charge publicada no Jornal da Cidade, sobre a solenidade do hasteamento da bandeira no dia do aniversário de Aracaju, quando os vereadores não foram chamados pelo prefeito Edvaldo Nogueira.
Segundo Venâncio Fonseca, não há nada demais na charge e a revista mostra apenas o retrato da saúde pública no Estado, não só como se encontra o Hospital João Alves Filho, mas a saúde pública como um todo, em Aracaju e no interior, com entrevistas de médicos que conhecem a situação, como é o caso do presidente José Menezes. Durante o pronunciamento o deputado leu trechos dessa entrevista, onde o sindicalista se diz muito decepcionado com o governo que ajudou a construir e relata aos problemas no Hospital João Alves Filho.
“O Hospital João Alves é um retrato vivo da incompetência deste governo. O Hospital João Alves Filho, que tem um hospital anexo lá dentro, que este governo não colocou para funcionar, e zombou do Ministério Público do Estado, do Ministério Público do Trabalho, da Procuradoria da República”, dizia um trecho lido pelo parlamentar. Venâncio Fonseca disse que é por este e outros motivos que os deputados querem ter acesso ao relatório da inspeção feita pelo Tribunal de Contas do Estado no hospital.
Em outra parte da entrevista, o presidente do Sindimed/SE relata que no hospital há médicos que estão ganhando menos do que ganhavam quando o atual governador entrou, além da promessa não cumprida do plano de cargos e salários para o Ipesaúde. O deputado Venâncio Fonseca encerrou seu pronunciamento prestando solidariedade à classe médica pelo tratamento recebido do atual governo. “Para mim, essa charge não tem nada demais, porque foi isso que até agora este governo fez”, finalizou.
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