Denúncia parte do Sinpol. "Querem voltar a fulanizar a SSP", diz Antônio Moraes, falando em golpe
O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol), o escrivão Antônio Moraes, confirmou, na manhã desta quinta-feira, dia 21, ao portal Universo Político.com que o governo Marcelo Déda trama nos bastidores abrir 56 novos cargos de delegados de Polícia Civil (mesmo sem haver necessidade) com o objetivo de favorecer pessoas próximas ao Estado. Segundo o sindicalista, o Projeto de Lei desembarca na Assembleia Legislativa nos próximos dias sem sequer ter sido discutido com a categoria policial. "O que está escondido por trás disso são favorecimentos pessoais a alguns apadrinhados políticos. Querem voltar a fulanizar a SSP, e desrespeitar a nobre carreira de delegado de polícia. Quero acreditar que o governador Marcelo Déda não tenha conhecimento deste engenho nefasto e criminoso", ponderou o policial.
Segundo Moraes, a ideia está sendo materializada através de um Projeto de Lei do Executivo que estaria, hoje, na Secretaria de Estado de Governo, e desembarcaria na Assembleia Legislativa, ainda nesta legislatura. "Um grupo de delegados da Adepol (Associação de Delegados de Polícia Civil) procurou o líder do governo, deputado Francisco Gualberto (PT), que, ao recebê-los, se expressou de forma sorridente: ‘fiquem tranquilos: o projeto será aprovado em menos de três dias'. Eles (os delegados) disseram: ‘Chiquinho, não queremos isso. Não há acordo com a categoria'. E Chiquinho ficou surpreso. O que mostra ser uma trama de setores escusos da SSP", acredita o sindicalista.
De acordo com Antônio Moraes, setores escusos tentam, com a ideia, levar o governador Marcelo Déda a cometer um erro. "Porque não planejam e tentam favorecer a pequenos setores escuros da SSP. Não se faz segurança pública assim. Sem discutir com a categoria e sem planejamento. O Sinpol não concorda com essa punhalada, com este golpe, com essa trairagem. Entendemos que toda e qualquer discussão sobre reestruturação em nossa secretaria deve passar pelas entidades de classe (Sinpol e Adepol).
Moraes disse, por fim, que tentou ter acesso a minuta do projeto, mas não foi possível. Ele procura ainda hoje o secretário de Estado da Segurança Pública, João Eloy, e volta a manter contato com o líder do governo na Assembleia Legislativa, Francisco Gualberto, para tentar frear a ideia. "Vamos falar também com o secretário de governo. O projeto não foi discutido com a classe. Se isso for aprovado, serão R$ 600 mil a mais na folha de pagamento da SSP sem a menor necessidade. Este dinheiro poderia ser usado para cuidar de carências da SSP. Precisamos de mais agentes de polícia, mais peritos, precisamos reestruturar a nossa Segurança Pública. Não precisamos de oportunistas", disse.
Fonte: Universo Político (Joedson Telles)
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