Com as chuvas e os alagamentos, aumentam os riscos do aparecimento de doenças como leptospirose, hepatites agudas (A e E), esquistossomose, doenças diarréicas, tétano, doenças de transmissão respiratória, traumas e lesões (afogamentos, lesões corporais, choques elétricos, etc.), e ainda acidentes envolvendo animais peçonhentos. Por conta disso, as equipes da Coordenação de Vigilância em Saúde e a Vigilância Epidemiológica de Agravos Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estão em alerta.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Agravos Transmissíveis de Aracaju (Covepi), Taíse Cavalcante, explica que os traumatismos ocorrem em todas as fases da inundação, variando apenas quanto à natureza, diferentemente da leptospirose. "Os surtos de leptospirose costumam acontecer imediatamente após a inundação, logo na primeira semana, quando as águas ainda estão baixando ou quando as pessoas retornam às suas residências e realizam a limpeza das casas", informa Taíse.
A leptospirose é uma doença transmitida através da urina dos ratos urbanos, onde pode estar a bactéria leptospira, que se mantém viável na água e na lama das enchentes. Segundo Taíse Cavalcante, o período de incubação da bactéria no organismo humano, após o contato com o agente infeccioso, vai de um a 30 dias. "Portanto, deve-se estar alerta à possibilidade de ocorrência de casos e surtos de leptospirose nas quatro ou cinco semanas que se seguem ao fim da inundação, com o descenso total das águas", destaca.
Outras doenças
Já as hepatites A e E apresentam período de incubação médio de 30 dias, podendo apresentar-se como consequências mais tardias das inundações. Com relação às doenças transmissíveis através da ingestão de água ou de alimentos contaminados, como a cólera, o tifo e as demais doenças diarréicas agudas, o período de incubação é consideravelmente mais curto, variando de algumas horas a até cinco dias.
"Além desses agravos, a aglomeração humana em ambientes fechados, mais comum nesta época, favorece a ocorrência de doenças de transmissão respiratória, como pneumopatias e meningites. Em decorrência disso, os serviços de saúde de Aracaju estão em alerta a todos os sinais e sintomas relacionados aos agravos relacionados às chuvas que caem na cidade de Aracaju desde a semana passada", afirma a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.
Caramujos
De acordo com a diretora do Centro de Controle de Zoonoses, Yara Verônica, outra preocupação da equipe da Secretaria Municipal de Saúde é em relação ao aparecimento do Caramujo Africano, que transmitem a esquistossomose. Neste período de chuva, por conta do aumento da umidade do solo, o ambiente fica mais propício à proliferação do molusco.
"Enviamos as equipes para os locais de risco. Quando encontramos caramujos, entramos em contato com a Emsurb para que seja feita a limpeza do terreno e os caramujos sejam incinerados e triturados. Os outros tipos de caramujos são eliminados por nós mesmo", explica Yara.
Dengue
Mesmo no período de chuva, a Prefeitura de Aracaju mantém as ações preventivas de combate à dengue, como a força-tarefa, os mutirões de limpeza, entre outras atividades. Segundo Taíse Cavalcante, o período chuvoso não é favorável à proliferação do mosquito, mas no período pós-chuva os riscos aumentam, devido ao aparecimento de focos do Aedes Aegypt. Por isso, toda a população deve estar mobilizada e consciente.
Recomendações
Por conta dos riscos, a população deve evitar áreas alagadas. Caso seja impossível, é recomendável o uso de botas ou sacos plásticos. Outra recomendação é não ingerir água e alimentos contaminados, sem a devida higienização. Ao perceber o aparecimento dos sintomas dessas doenças, o cidadão deve procurar a Unidade de Saúde da Família mais próxima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário