Foto: Janaína Santos
O deputado estadual Augusto Bezerra (DEM), criticou a situação da saúde no Estado e, para dar embasamento às suas observações, o parlamentar leu na tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira, 14, um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SE), que notifica o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), por irregularidades apontadas por técnicos do órgão, durante uma visita programada ao hospital. De acordo com o deputado estadual, o HUSE será notificado hoje pelo TCE-SE para que esclareça as irregularidades encontradas durante a inspeção feita por equipe técnica do órgão ao hospital. “Esse é o retrato da saúde de Sergipe. Durante quatro anos a oposição aqui nesta Casa, falou no dia-a-dia o que estava acontecendo na saúde e, às vezes, éramos rechaçados com informações mentirosos de que a gente tinha algo pessoal contra o secretário (Rogério Carvalho), mas tudo contra a maneira de como a saúde se encontra do Estado”, esclareceu Augusto Bezerra. Dando continuidade à leitura do relatório do Tribunal de Contas, o deputado estadual afirmou que foi encontrado um grande volume de irregularidades em vários setores do HUSE, como superlotações, com presença de pacientes em maca, deficiência de equipamentos como estetoscópio, tensiômetros, oxímetros e larigoscópios. O documento ainda aponta falta de dispensadores líquidos e toalhas, além de paredes sujas e com infiltrações, fiações elétricas expostas na área de preparo de medicação. O relatório lido por Augusto Bezerra destaca que na enfermaria pediátrica, na sala de aerosol, onde as conexões utilizadas são insuficientes e são usadas por diversas crianças sem ser realizada uma desinfecção. “Quando a saúde se transformou em um comitê eleitoral, um balcão de negócios, onde se faz propaganda de 122 clínicas, mas só 25 estão construídas e não tem nem cinco funcionando. A equipe de inspeção foi feita com toda a lisura do Tribunal de Contas e o procurador José Sérgio Monte Alegre, é um homem acima de qualquer suspeita. Ele escreveu um relatório que destrói a administração do João Alves, que não existe”, ressaltou. Para Augusto Bezerra, o relatório esclarece qualquer dúvida em relação a má gestão do HUSE. “É uma marcha fúnebre o que existe no hospital, porque as pessoas continuam morrendo na porta por falta de atendimento médico e por falta de remédios”, opinou o parlamentar. O deputado estadual criticou a promessa do governador reeleito Marcelo Déda (PT), que afirmou que no próximo ano vai acompanhar de perto a saúde do Estado. Reeleição “O governador mandou um recado ao povo de Sergipe: morram até dezembro, quando chegar em janeiro eu faço a reforma. Ele admitiu que a saúde está errada e que o próximo secretário da Saúde será um pau mandado, porque vai entrar desmoralizado, por saber que o governador é que vai mandar na pasta. Se a saúde está ruim, deveria ter feito a reforma no dia 4 de outubro, quando ganhou as eleições. A secretaria de Turismo pode esperar, mas a saúde não”, frisou Augusto Bezerra, ressaltando que as urnas de Aracaju deram um recado claro ao governo petista, que perdeu na capital do Estado. O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, Venâncio Fonseca (PP) fez um aparte e disse que ao sair o resultado da eleição, o governador reconheceu que a saúde não estava bem. “Eu pergunto ao povo sergipano: e a propaganda eleitoral que passava na televisão era enganosa? O governador foi muito cruel com o ex-secretário, que também era responsável pela pasta na prefeitura de Aracaju e do seu governo por mais de três anos e dizia que estava satisfeito. E depois sai com esta? Colocando toda a culpa praticamente no ex-secretário? Marcelo Déda disse que vai administrar a saúde, então a situação está perdida, porque ele está administrando todas as secretarias do governo dele. Já me causa preocupação. Marcelo Déda como administrador, pelo amor de Deus! Edvaldo Nogueira é um ‘laranja’, porque o prefeito de Aracaju é Marcelo Déda”, disse Venâncio Fonseca. O deputado estadual Arnaldo Bispo (DEM) disse que uma das três clínicas instaladas em Itabaiana, uma está esperando um parecer do Tribunal de Contas determinando que se o prefeito do município Luciano Bispo pode ou não assinar algum aditivo. Para o parlamentar, a população precisa ter uma saúde pública de qualidade, mas dentro da legalidade e regularmente aprovado pelos órgãos fiscalizadores do governo. Finalizando seu pronunciamento, Augusto Bezerra leu mais um trecho do relatório do TCE-SE que aponta que: “para onde se olha, o que se vê é descaso, omissão, indiferença, negligência, imperícia, despreparo gerencial e ruína de sentimentos, uma marcha fúnebre e lúgubre em direção contrária àquela indicada no Art. 3º, inciso I, da Constituição Federal, que prevê a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Também não respeita o Art. 37, caput, no relativo à eficiência, como princípio da Administração Pública”, informa o relatório. Augusto Bezerra apresentou o documento do Tribunal de Contas do Estado, assinado pelo procurador José Sérgio Monte Alegre, relata que não é possível que o então secretário estadual da Saúde, Rogério Carvalho, desconhecesse a situação do Hospital João Alves e que ele tinha o dever de atuar de forma ágil, pela integridade da vida e, entre parênteses, citou a palavra digna humana. “Este relatório foi aceito na íntegra pelo Tribunal Superior Eleitoral de Brasília. Demonstra descaso e os quatro anos que passamos aqui na Assembleia Legislativa, é lamentável e é obrigação nossa cobrar do governo para que este quadro da saúde no Estado não continue. O vício do cachimbo deixa a boca torta. O TCE-SE fez outra fiscalização e a situação continua a mesma, ou seja, é fornecedor de remédio de mentira, é lavanderia de mentira, é realmente um balcão de negócios que foi usado como comitê eleitoral”, criticou Augusto Bezerra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário