Os setores da igreja católica no Brasil que vêm insistentemente fazendo campanha política contra a candidata do PT à presidência da República, Dilma Roussef, tiveram uma dura resposta do líder do governo na Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Francisco Gualberto (PT). Para ele, defender a candidatura de José Serra é um equívoco, já que representa o aumento da miséria no país.
“Esses católicos específicos alegam que Dilma é a favor do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O que não é verdade. Portanto, a igreja católica não tem o direito de agir dessa maneira para defender o seu candidato”, reclamou Gualberto. “O que Serra representa é a continuidade do governo FHC, quando 30 milhões de brasileiros viviam abaixo da linha de miséria no Brasil. Nesse tempo existia mais aborto clandestino, mais adolescentes em situação de risco. Então os setores que defendem isso, estão fazendo campanha a favor do aborto”.
De acordo com Francisco Gualberto, esse setor da igreja católica chegou a divulgar documento em certas paróquias pedindo para que a população não votasse nos candidatos do PT e muito menos em Dilma para a presidência. “Se a igreja quer o Serra de volta, com esse projeto a favor da miséria, ela própria está a favor do aborto. Quanto mais miséria, mais gravidez intempestiva, mais aborto clandestino”, alerta Gualberto. “E falo isso com consciência, porque sou católico convicto, batizado, crismado e com primeira comunhão”.
O deputado lembra que a própria lei brasileira aponta casos em que o aborto é permitido, como é o caso de risco de morte para a gestante e estupro. “Pessoalmente sou contra o aborto. Mas sou contra também ver alguns setores de uma instituição tão importante, como é a igreja, faltando com a verdade, passando informações falsas para a população”, frisou. “No passado a igreja praticou a inquisição, a venda de indulgências e outros atos que não são mais aceitos. O mundo não esqueceu isso. Portanto, não podemos criar no Brasil o universo dos tocáveis e dos intocáveis”.
Essa posição contrária à candidatura de Dilma Roussef, que não representa a totalidade da igreja católica, é vista por Gualberto como uma “recaída de reacionarismo”. “Por isso a cada dia a igreja católica perde espaço para as evangélicas no Brasil. Porque defender a volta à miséria não é um princípio do Cristianismo”, aponta Francisco Gualberto. “E nessa discussão, não me refiro à fé nem religiosidade das pessoas. Estamos falando de ações políticas”, disse. “A favor da vida é quem faz algo em benefício do irmão. E tomar parte ao lado de alguém que sempre estimulou a pobreza, a miséria, é não estar sendo a favor da vida. É importante a gente perceber essa contradição”.
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