O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna na manhã de hoje (12) para defender que o projeto de autoria do Poder Executivo, que pede autorização para se tomar empréstimos superiores a R$ 700 milhões, seja bem discutido e analisado pelos deputados estaduais. O parlamentar, inclusive, chamou a atenção para uma entrevista concedida em um programa de rádio pelo ex-secretário da Fazenda, Nilson Lima (PPS), levantando sua preocupação sobre a capacidade de endividamento do Estado e a capacidade de pagamento.
Ao iniciar seu pronunciamento, Venâncio disse que “chegaram a essa Casa projetos do Executivo pedindo empréstimos na faixa dos R$ 700 milhões. O deputado Francisco Gualberto (PT) citou alguns dados. São R$ 15 milhões para a compra de equipamentos do hospital do Câncer, mais recursos para a construção da estrada ligando Itabaiana a Itaporanga, uns R$ 20 milhões para equipar os hospitais já existentes, mais R$ 20 milhões para o IML. Agora, para chegar aos R$ 700 milhões, falta uma quantia significativa! Com a distribuição desses projetos cada deputado aqui vai ter a oportunidade de ler e analisar, para decidir tranquilamente sobre como votar”, disse.
Em seguida, Venâncio colocou que “dois fatores importantes devem ser levados em consideração e que foram colocados por Nilson Lima em uma entrevista hoje: a capacidade de endividamento do Estado e a capacidade de pagamento. Trata-se de um ex-secretário da Fazenda desse governo, um homem que acompanha os dados financeiros, dia a dia. Hoje ele externou sua preocupação porque o governo já tomou uma quantidade grande de empréstimos o que pode sufocar a capacidade de pagamento pelo Estado. E não adiantar descaracterizar Nilson Lima porque ele é um homem estudioso da área e um presidente de um partido político”.
O deputado também chamou atenção para o fato desses empréstimos não serem feitos para que algumas “contas de final de ano” sejam fechadas ou para ajudar a pagar o 13º salário. “Vejam só! R$ 15 milhões para a compra de equipamentos do hospital do Câncer, mas cadê o projeto do hospital? Tem R$ 20 milhões liberados de emendas do senador Eduardo Amorim (PSC) e ninguém vê esse projeto! Nem sobre aprovação, nem sobre sua viabilidade e já querem comprar os equipamentos?”, questionou o deputado, dizendo ainda que “o governo tem que calçar as sandálias da humildade aqui nesta Casa. Aqui ele não tem mais aquela maioria folgada, quando a oposição esperneava e eles aprovavam tudo”.
Venâncio concluiu dizendo que “antes o projeto chegava hoje e era votado hoje! Tratem os peixinhos bem porque vocês dependem dos votos deles aqui. Esse governo é o símbolo da inocência. Não tem programa de rádio, não tem comunicador que defende, não tem ninguém que participa dos programas de rádio para defender, não tem nada. E dé-dá-dó! Déda lidera o grupo deles, João Alves o meu agrupamento e os irmãos Amorim o agrupamento deles aqui na Casa. Toda hora dão entrevistas acusando os deputados de traíras. Não devemos misturar as coisas e vamos para o embate político”.
“Não vamos prejudicar o Estado e nem a bancada do governo, agora as lideranças devem ser respeitadas porque quando precisam, como agora, todo mundo que uma fatia da traíra! Mas esse equilíbrio aqui dentro é bom para o governo, para a oposição, mas, acima de tudo, para o povo. Os projetos, como esses de empréstimos, vão passar aqui e serão amplamente discutidos, analisados e votados. Tudo com muita cautela”, completou Venâncio lembrando que a pauta de votação da AL está trancada há um bom tempo e a bancada do governo não se movia até agora, quando precisou aprovar o empréstimo. Em aparte, o deputado Antônio dos Santos (PSC) se somou ao discurso do líder da oposição.
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