terça-feira, 27 de maio de 2014

ANA LÚCIA DENUNCIA QUE ESTUDANTES DA UFS DE LARANJEIRAS ESTÃO SENDO VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA.

Como professora  militante do Movimento de Direitos Humanos, a deputada estadual Ana Lúcia ocupou a tribuna na tarde desta segunda-feira, 26, para chamar a atenção da sociedade para a falta de segurança que os estudantes da UFS de Laranjeiras tem sofrido. Representantes estudantis de Laranjeiras e de Lagarto estiveram em audiência, na manhã desta segunda-feira, com a deputada Ana Lúcia e o deputado João Daniel para apresentar suas reivindicações - entre elas a falta de segurança - e pedir que os parlamentares auxiliem na mediação e ajudem a buscar alternativas para as pautas estudantis.

Além dos frequentes assaltos e arrastões que já aconteceram dentro do campus universitário de Laranjeiras, os estudantes contam que a residência universitária já foi invadida e que alguns grupos têm ameaçado invadir o prédio da universidade para agredir os estudantes, por meio de redes sociais. “A residência masculina está sendo ameaçada de invasão. A residência feminina já foi invadida, uma menina já teve uma arma na cabeça. Isso é muito sério”, contou a deputada, que é presidenta da Comissão de Direitos Humanos da ALESE.

Ana Lúcia explicou que, assustados com o nível de violência  na cidade, os estudantes tem feito alguns atos públicos pedindo segurança para eles e para toda a população laranjeirense. “Eles fizeram cartazes e pregaram na universidade com fita adesiva justamente para chamar a atenção da população sem estragar o patrimônio público”, defendeu a parlamentar. Os atos, no entanto, geraram polêmica, sobretudo nas camadas mais conservadoras, e medo nos estudantes.

Uma das ações mais dramáticas diz respeito à publicação de uma coluna, chamada “Zé Povinho”, num jornal que circula no município de Laranjeiras intitulado “A voz do município”. Ana Lúcia conta que o jornal aponta os estudantes da universidade como responsáveis pelo agravamento da violência urbana no local, bem como pelo aumento do uso de drogas na cidade. “Se utilizando uma linguagem chula e inadequada para um veículo de comunicação, o texto publicado estimula o sentimento de perseguição e vingança na população contra nossa juventude. Estimula a ideia de que um grupo é superior a outro e que a cidade pertence apenas a alguns. Essa não é uma linguagem jornalística, não é uma linguagem informativa. É uma linguagem que incentiva e acirra os problemas sociais”, critica a parlamentar.

Lagarto

Além da necessidade de mais segurança para os universitários, para a própria universidade, para as residências e para a comunidade do seu entorno, os estudantes de Lagarto que estiveram presentes na audiência pela manhã e na sessão plenária no período da tarde, têm uma extensa pauta de reivindicação. Entre as solicitações mais urgentes, estão a integralização do campus da UFS em Lagarto, Federalização do Hospital de Lagarto e melhoria ampla na infraestrutura para ensino-aprendizagem, sobretudo no tocante às atividades práticas.

A coordenadora geral do Comando de Greve, Maria Taíres, ressaltou a importância da federalização do Hospital Regional existente no município como forma de garantir a execução de aulas práticas para os estudantes que já estão nas etapas finais do curso. Ela conta que as primeiras turmas da universidade, todas nas áreas de saúde, praticamente não tiveram acesso a aulas práticas. “O Hospital de Lagarto já foi pensado para se tornar um Hospital Universitário para a UFS. Porém, por ele não ter sido federalizado ainda, os professores que nele atuam não têm a obrigação legal de receber os estudantes da universidade. Resolver esta questão já sanaria uma das problemáticas que temos defendido”, ressaltou.

Próximos passos

Como encaminhamento, a deputada se comprometeu em articular audiências com os prefeitos de Lagarto e Laranjeiras, com o Secretário de Segurança Pública, o Governador do Estado e com Reitor da UFS em conjunto. A proposta é mediar as reivindicações e buscar alternativas para solucionar os graves problemas enfrentados pelos estudantes das duas cidades. “Precisamos discutir a segurança pública não apenas numa visão de repressão, mas numa visão educativa e de libertação”, aponta a parlamentar.

A expectativa dos estudantes da UFS de Laranjeiras é de que, com o amplo debate e com o apoio dos parlamentares, a situação seja transformada no município. “Espero que dessa vez nossos esforços surtam algum efeito para que possamos ficar com tranquilidade dentro da cidade e da universidade. Vamos tentar nos ajudar e ajudar a comunidade, pois estamos juntos nessa”, declarou um estudante que por motivos de segurança não vamos identificar.

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