O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP) foi à tribuna na sessão desta quarta-feira, dia 21, e disse ao líder do governo, Francisco Gualberto (PT), que ele não pode justificar o caos que se encontra a saúde pública hoje em Sergipe querendo colocar a culpa nos outros. Fonseca disse que os deputados puderam ver na última segunda-feira a situação preocupante, quando nas Comissões a secretária de Saúde, Joélia Silva, disse que não sabia a real situação da dívida das Fundações. “Porque nem ela mesmo tem acesso”, afirmou, acrescentando que enquanto ela acha que é de R$ 100 milhões, R$ 120 milhões, toda imprensa já sabe que é de mais de R$ 200 milhões.
Segundo Venâncio, hoje existe a Secretaria de Estado da Saúde, administrada pela secretária, e as Fundações, onde ela não tem acesso. “Dividiram a política da Saúde no Estado de Sergipe. E se encontra o caos. E quem diz isso não é o deputado Venâncio Fonseca, quem disse isso foi o Ministério Público Federal, que fez recomendação ao BID para que não emprestasse recursos a Sergipe, porque não tinha condições administrativa, não tinha gerenciamento, não tinha capacidade de administrar esses recursos que seriam destinados como empréstimo”, colocou.
O deputado disse que a situação estava toda calada, quieta, mas foi só o prefeito de Aracaju João Alves Filho se manifestar e já vem a pancadaria em cima dele, sendo que antes estavam procurando o apoio do prefeito. “E aí começa a pancadaria quando as coisas já estão começando a se definir”, disse. Para ele, caso as definições não agradem ao esquema governamental, em particular o Partido dos Trabalhadores, os ataques a João Alves Filho vão retornar.
Fogo amigo
Venâncio Fonseca fez um alerta ao líder do governo para que ele não tenha raiva de João Alves, porque ele é um adversário histórico do PT. Ele disse que existem as divergências políticas, mas não tenha raiva, porque cada um está em busca do seu espaço. “Têm que tomar cuidado é com os aliados que não querem o PT, como Edvaldo Nogueira, Almeida Lima, que hoje deu até a performance da chapa que ele deseja: Jackson Barreto governador, Valadares vice e João Alves para o Senado, com o PT fora da majoritária. Seus adversários não somos nós, não. Os adversários do PT estão internamente na sua coligação”, destacou.
O deputado disse que ele não deveria se preocupar muito com os adversários, pois o perigo está nos aliados. “Deputado Francisco Gualberto, cuide de arrumar a casa de vocês e não queria descarregar a raiva, o ódio contra os adversários que não têm nada a ver com isso”, disse. Ele acrescentou que o senador Eduardo Amorim, que tem sido vítima dos ataques do líder do governo, é um adversário natural porque busca o mesmo espaço que o governador Jackson Barreto quer continuar. “Ele é um adversário natural, o prefeito João Alves Filho é um adversário histórico. Então não tem novidade com relação a todos nós”, disse.
No entendimento de Venâncio Fonseca, a novidade é Edvaldo Nogueira e Almeida Lima, que fazem parte do mesmo agrupamento político, escanteando o Partido dos Trabalhadores. O deputado acrescentou que a situação deu uma trégua nos ataques a João Alves Filho quando ele foi eleito prefeito da capital, na esperança de obter apoio político dele. Mas, como em poucas palavras o prefeito já fez alguma sinalização, recomeçaram as críticas a ele. “Mas eu não tenho dúvida de que João Alves irá fazer uma revolução na capital, em transporte, mobilidade urbana, na zona de expansão, na saúde, que foi desmantelada e o tempo ainda não foi suficiente, mas irão ver que ele irá fazer ainda um grande trabalho na área da saúde”, afirmou, acrescentando que o causador do caos na saúde em Aracaju e no Estado foi o Partido dos Trabalhadores.
Em aparte, o deputado Zeca da Silva (PSC) parabenizou o pronunciamento e falou que se observa as contradições de alguns políticos fazendo referência à gestão de alguns modelos de gestão pública. Ele disse que viu um pronunciamento da presidente Dilma Rousseff culpando a situação atual pelo passado. “Que passado? São 11 anos no poder, qual é o passado? Vão ficar olhando 20 anos atrás? O passado já são eles. É uma década no poder. Ou seja, o que está aí, bem ou mal, foi implantado pelo atual governo. São 11 anos de poder”, disse. Zeca também disse que hoje se arrepende profundamente de ter votado pela criação das fundações, porque o modelo está equivocado, falido e é inoperante. Com relação a essa situação da política local, ele disse que não esperava nada diferente. Para ele, estava evidente que isso aconteceria.
Venâncio Fonseca finalizou o pronunciamento solicitando ao deputado Francisco Gualberto que vá devagar, que maneire mais nas críticas, pois eles são adversários históricos. “Cuide de seus adversários dentro do PT, do seu agrupamento político. O que está acontecendo ao redor, tem que tomar cuidado porque pode se agravar mais ainda”, completou.
O líder da oposição e presidente da CPI da Telefonia na Assembleia Legislativa de Sergipe também informou que ontem esteve em Brasília, onde participou, juntamente com o deputado Augusto Bezerra (DEM) de uma audiência pública da CPI da Telefonia nacional, que foi presidida pelo senador sergipano Eduardo Amorim (PSC), que teve também a participação da promotora de Justiça dos Direitos do Consumidor, Euza Missano.
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