O líder da oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca, teceu duras críticas ao governador Jackson Barreto por vetar emendas da oposição ao projeto que garante um empréstimo de US$ 100 milhões junto ao BID, recursos que serão aplicados na Saúde. O parlamentar lamentou ainda o fato do projeto, além dos vetos às emendas, perder o artigo que garantia a destinação dos recursos. Para ele o governo agora fará tudo 'no escuro'.
O Proredes, declarou Venâncio, foi aprovado na Assembleia com algumas emendas da oposição e uma delas em comum acordo com a bancada de governo sobre a conta dos recursos ser no Banese. “E hoje vimos no Diário Oficial o veto do governador às nossas emendas. No decorrer da semana teve a divulgação na imprensa que o MPF fez uma recomendação ao BID para que esses recursos não fossem emprestados a Sergipe por não ter condições para administrar a área da Saúde. E que não havia necessidade de tomar esse dinheiro emprestado, pois o dinheiro poderia vir da União sem pagar juros e sem comprometer o FPE”, lembrou.
Venâncio questionou o governo. “Será que foi influência da oposição? Porque tudo é culpa da oposição quando há algo de negativo. Foi o senador Eduardo Amorim que interferiu junto ao MPF? Não. É o retrato administrativo especialmente na área de saúde, onde existe um caos total. O MPF defende a boa aplicação dos recursos e os interesses do povo sergipano”, destacou o líder da oposição, que censurou também matéria publicada no Jornal da Cidade criticando o Legislativo. “Quando é no Executivo, é intervenção. Quando vem medida aqui no Legislativo também é intervenção. E sofremos pancada, no Executivo não, fazem a defesa. Amenizam até o papel do líder do governo, que tem a ajuda de várias pessoas no rádio e nos jornais”.
O deputado criticou a mudança de postura da secretaria de Estado da Saúde, Joelia Silva, que parabenizou os deputados pela aprovação e depois mudou de ideia. “Tivemos aqui a votação. As galerias estavam lotadas de servidores da Saúde, inclusive com a presença da secretaria Joelia, que esteve em todas as votações. Aqui ela bateu palmas e parabenizou, mas no outro dia ela desmentiu a si mesmo. Perdeu a credibilidade. É a segunda vez que ela desfaz o que diz. Quando vi a gravação questionei se era a Joelia de ontem ou a de hoje. Uma pessoa não pode mudar a opinião por causa de cargos. A verdadeira Joelia foi a que estava feliz pela aprovação do Proredes, no calor da votação. Ela disse até o que podia contemplar (nas emendas) e no outro dia disse que não podia mais nada. Em quem confiar, na Joelia de ontem ou na de hoje”, questionou.
“Não pode emendas para obras, mas na planilha do projeto existe verba para construção. Não pode para custeio, mas tem recursos para custeio sim. É melhor dizer 'não mexam no meu projeto'. Emendar é função nossa. Fizemos isso no Proinveste. Reprovamos e depois do entendimento aprovamos. Esse não, é para peitar. O dinheiro emprestado tem que ser como o governo quiser”, observou Venâncio Fonseca, para quem o governador transformou o Proredes num projeto fumê. “Antes era transparente. Agora é a vontade do governador. Piorou o texto. Agora ficou difícil, pois estamos tratando de um projeto que pretende pegar empréstimo de US$ 100 milhões no escuro”.
O deputado também questionou as exigências de votação em regime de urgência. “Por que essa agonia agora se o dinheiro só virá em 2015? E sem o anexo, não sabemos para onde serão destinados os recursos. Em comum acordo aprovamos a emenda do Banese e o dinheiro será depositado onde o governo quiser. Por que só Caixa ou Banco do Brasil se o Banese é um banco público estadual? E destinar R$ 8 milhões para material gráfico num ano eleitoral? Vetaram emenda que previa a compra de remédios. Isso precisa ser discutido profundamente porque quem vai pagar a conta é o povo”.
A deputada estadual Maria Mendonça disse que o Proredes começou a assustar quando o projeto chegou sem afirmar onde aplicaria os recursos. “Imagine que gastar US$ 8 milhões com a pitura de um prédio quando há pessoas desassistidas, corredores de hospitais lotados, sem medicamentos e sem especialistas. Sem dizer onde aplicará os recursos dificulta”. O deputado estadual Gilmar Carvalho lembrou que agora o governador não quer nem mesmo o texto original ao vetar o anexo único. “Ele já tinha vetados as emendas. Estamos num ano eleitoral e aqui ninguém é besta. Vetou o artigo quarto proposto por ele, dizia que eventuais alterações deveriam ser analisadas pela Assembleia. Terá liberdade total para seus interesses eleitorais. Pior do que estava antes”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário