A prefeitura de Boquim tentou impedir o protesto dos professores no dia do desfile cívico. O manifesto pacífico foi a única maneira que os professores do município encontraram para expressar sua insatisfação com a forma como a administração municipal trata a educação. Os professores de Boquim publicam uma Carta Aberta à população para denunciar o autoritarismo e a propaganda enganosa feita pelo administrador municipal Pedro Barbosa. Confira abaixo a Carta Aberta na íntegra:
Quem ganha R$ 3.000,00? Somente os traidores da educação!
A prefeitura expõe as vantagens de gratificação de difícil acesso, de 1/3 do vencimento, de regência de classe, de mudança de nível, quinquênio, licenças-prêmio, redução da carga horária e a mudança de letra como se fosse uma novidade na administração, escondendo que tudo isso é direito amparado pelo PLANO DE CARREIRA E ESTATUTO DO MAGISTÉRIO reformulado e conquistado pela luta dos professores em 2004, na administração do prefeito Luiz Fonseca. Direitos que o prefeito Pedro Barbosa quer acabar.
O piso foi sancionado por Lula em julho de 2008, e visando sua aplicação o SINTESE buscou fazer a comissão no mesmo ano, porém a resposta da boca do prefeito foi: “Não vejo necessidade de se criar comissão nenhuma”.
No dia 21 de julho, em reunião, o prefeito Pedro Barbosa falou para a comissão do SINTESE que ele não sentaria mais para discutir PISO.
Em carta assinada pelo Prefeito entregue a população no dia 05 de setembro de 2010, há uma lista de 10 escolas que foram reformadas, na realidade foram apenas 2 escolas, são elas: José Góes Duarte (pov. Pastor), e a Manuel Candido (bairro Miguel dos Anjos) As outras ganharam apenas pequenos reparos e pintura.
A escola Ananias Chaves Sobrinho, no povoado Mangue Grande teve apenas reparos no telhado e existe há 32 anos sem qualquer reforma. A escola Geminiano, localizada no povoado Garangau, desde que foi construída tem seu piso de cimento, vários remendos nas janelas, uma sala apertada dividida ao meio funcionando como laboratório de informática e biblioteca.
Carteiras viradas, material didático e de apoio espalhado pelo chão - material que deveria ser utilizado por outras escolas abandonados - banheiro insalubre, portões arrombados e esgoto a céu aberto nos fundos da unidade escolar: esse é o retrato da Escola Municipal Ministro Suplicy, abandonada e com seus alunos transferidos sem a vontade dos pais.
Durante o desfile cívico em Boquim a prefeitura tentou impedir o protesto pacífico dos professores. Ônibus escolares, funcionários contratados pela Secretaria de Educação, ambulância e seguranças barravam a acesso dos educadores à via pública.
Nunca na história de nosso município houve tamanho autoritarismo e atentado violento à democracia, nem no período da ditadura militar, nem com os prefeitos Horácio Fontes, Zé Trindade e Luiz Fonseca.
Diante de tudo isso, reforçamos nosso compromisso com os pais e alunos e esclarecemos ao povo de Boquim que a luta do professor para sua valorização profissional é justa.
Fonte: Sintese
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