quinta-feira, 17 de junho de 2010

POLÍCIA DE ESTÂNCIA APRESENTA AUTOR DE INCÊNCIOS CRIMINOSOS.

Foto:  Jadilson Simões

A delegada regional de Estância, Mayra Fernanda Moinhos, e o comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM), tenente-coronel Augusto César de Oliveira Santos, concederam entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 17, no auditório da Secretaria da Segurança Pública (SSP), sobre os primeiros resultados da investigação a respeito da onda de incêndios criminosos que aconteceram em Estância nos últimos dois meses e meio. Na ocasião, foi apresentado o desempregado Klintes Kley de Oliveira Santos, 26 anos, preso na noite desta terça-feira, 15, e apontado como um dos responsáveis pelos ataques.

A detenção do suspeito aconteceu próximo à casa dele, no bairro Santa Cruz, área central do município, por conta de um mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo da Vara Criminal de Estância. Em depoimento à polícia, ele confessou a autoria de dois dos oito incêndios confirmados oficialmente – foram os dois últimos casos registrados, na madrugada de 9 de junho, quando dois carros foram queimados no bairro Alagoas, também na área central. Â polícia ainda investiga a autoria dos outros seis ataques, sendo cinco contra carros e um contra o quarto de uma pousada.

Segundo Mayra Moinhos, a investigação contra Kley começou no dia 24 de maio, quando ele foi detido por policiais militares em um posto de gasolina. “Ele estava com um vaso plástico de mais ou menos cinco litros, comprou combustível e não quis pagar. A partir disso, o interrogamos e, depois que os incêndios começaram, ele passou a ser considerado suspeito. A partir desse flagrante foram levantados indícios e duas testemunhas o reconheceram”, revelou a delegada.

Ela acrescenta que o pai do acusado possui um bar no bairro Alagoas, onde ocorreu a maioria dos incêndios. “Ele ia ajudar o pai e saía do bar entre 2h e 3h. Como ele ficava na rua e bebia, ele tinha a vontade de colocar fogo em alguma coisa e acabava escolhendo uma nova vítima. Depois que ele escolhia, ateava fogo com gasolina, jogava em cima dos carros e acendia o fósforo.”, contou Mayra. “Isso nos assustou, porque é puro vandalismo, ele não conhecia as vítimas e que não foi motivado por outra coisa que não seja a perversidade”, completa.

O coronel Augusto César disse que os militares do 6º BPM tiveram uma participação ampla e decisiva no trabalho de investigações, intensificando as rondas e abordagens e suspeitos, além de colher depoimentos, cruzar informações, indicar testemunhas e apoiar as incursões dos agentes da Polícia Civil. “Esse trabalho de parceria foi muito importante para o andamento dos trabalhos e vão ter continuidade até a solução total do caso”, disse ele.

A continuidade das investigações foi citada porque há a possibilidade de que outras pessoas estejam envolvidas nos incêndios criminosos. “Nós sempre trabalhamos com a hipótese de ser um grupo envolvendo de duas a três pessoas. A população deve permanecer em alerta, mantendo seus carros nas garagens, até que a gente elucide completamente o fato. A gente tem um prazo de dez dias (a partir da prisão de Klintes) para elucidar o fato. De qualquer forma, eu acredito que Klintes seria o cabeça, porque a maneira como ele fala, as evidências e indícios que nós colhemos, ele estaria diretamente envolvido com os incêndios”, destacou.

O acusado deve ser indiciado pelos crimes de dano qualificado (com a intenção de destruir objeto ou propriedade) ou incêndio majorado (quando a vida de alguém é colocada em risco). Ambos os crimes são previstos no Código Penal e têm pena prevista entre dois e seis anos de prisão, com aumento de 1/6 da pena a cada crime praticado.

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