O governador Marcelo Déda esteve na manhã desta quinta-feira (02) em visita às instalações da empresa de call center Almaviva, localizada no bairro Indústrial e lá, provocado Poe jornalistas, referiu-se à questão surgida entre a Secretaria do Meio Ambiente e a Prefeitura de Aracaju, em relação às obras no Rio Sergipe, com o objetivo de conter o avanço do rio, capaz de atingir a avenida Beira Mar.
De início, Marcelo Déda foi duro com o secretário do Meio Ambiente da Prefeitura de Aracaju, promotor Eduardo Matos, e o mandou “baixar a bola” e o aconselhou a ser mais técnico, porque “de política ele não entende”, disse, acrescentando que de “política entende o prefeito de Aracaju, João Alves Filho”.
Para Marcelo Déda, “e preciso que ele [Eduardo Matos] entenda que é um promotor de Justiça. Hoje está na secretaria, amanhã está no Ministério Público. Que se lembre que o que vale na vida é credibilidade”.
Para Marcelo Déda, “A Adema é uma agência de Meio Ambiente. O secretário de Meio Ambiente é Genival Nunes e eu não conheço nesse estado, uma autoridade mais qualificada do ponto de vista técnico e ético na área ambiental do que Genival Nunes. A posição da Adema não é uma posição pessoal contra nenhuma autoridade nem é uma posição política contra nenhum partido”.
Acrescentou que “é preocupação de um técnico que com a sua equipe não está emitindo nenhum posicionamento de mérito sobre o projeto, muito pelo contrário, a responsabilidade do projeto é da Prefeitura de Aracaju e ela faz o que ela achar conveniente fazer. Nós não queremos interferir nas prioridades nem nas decisões da Prefeitura”, garante.
- O que a população sergipana está assistindo é uma discussão eminentemente técnica, garantindo não haver questões políticas ou pessoais da parte da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), por meio do secretário de Estado do Meio Ambiente, Genival Nunes, disse.
Agulhada – Na realidade o governador Marcelo Déda dá uma agulhada no prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), que na terça-feira (30) fez críticas ao secretário Genival Nunes. João disse que não podia afirmar “se há problemas pessoais de Genival Nunes comigo. Mas posso dizer que há uma visão bastante distorcida dele ou uma infeliz coincidência, já que, todas as iniciativas que tomamos importantes ele se coloca, a priori, contra”.
João Alves Filho deixou claro que não concorda com a postura adotada pelo secretário estadual do Meio Ambiente e ainda ressalta que obras importantes para o Estado não foram autorizadas.“Quando estávamos construindo a ponte Aracaju/Barra dos Coqueiros, o senhor Genival Nunes liderou um movimento querendo provar que, caso concluíssemos a obra da ponte haveria uma catástrofe no rio Sergipe. A obra graças a Deus está pronta e não aconteceu nada. Sempre fizemos tudo com muita responsabilidade”, disse João Alves.
Nesta quinta-feira (02) Marcelo Déda disse que o secretário Genival Nunes, tem o Código Florestal, a legislação de Meio Ambiente, a Constituição Federal, a Constituição Estadual e as normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) para obedecer.
- Quem desobedece a legislação ambiental, quem pratica atos a descoberto da lei, acontece o que aconteceu no Rio Grande do Sul [tragédia da boate Kiss]. O que Dr. Genival diz é o seguinte: A Adema precisa de um estudo técnico que mostre que as obras que vão ser feitas na 13 de Julho não vão ter implicações nem na própria Av. Beira Mar mais à frente, nem na Coroa do Meio, nem lá na Barra dos Coqueiros. Essa atitude é inclusive de quem quer colaborar porque nós não estamos pedindo a Rima (O Relatório de Impacto ao Meio Ambiente), disse.
Com Edvaldo – Marcelo Déda citou a discussão entre Edvaldo Nogueira (PCdoB) e Ganival Nunes em torno da lixeira do município de Nossa Senhora do Socorro, mesmo os dois sendo aliados do Governo do Estado. E disse que “todo mundo acompanhou essa discussão. Então não é uma questão política. Eu fiz um projeto para duplicar a Orlinha do bairro Industrial, a Adema não me liberou. Eu tive que mudar o projeto. Vou fazer só na avenida, mas não vou fazer mais os bares do lado do rio, porque ia precisar aterrar dez metros de rio e eles não deixaram. Eu sou o governador e poderia demitir o secretário e botar outro. Mas eu sou escravo da lei e todos os secretários de Estado devem ser escravos da mesma lei”
Boa relação – Marcelo Déda disse que a qualidade do meu relacionamento com o prefeito João Alves Filho é excelente, de respeito mútuo, mas existem divergências. Não adianta um secretário de meio ambiente, promotor de Justiça agir com arrogância, nem achar que peitando o secretário estadual Genival Nunes vai resolver o problema porque não vai, porque o secretário tem todo o apoio do governador”, deixou claro.
- Eu não posso fazer pela Prefeitura de Aracaju, aquilo que eu não fiz por mim. Não posso fazer com Dr. João Alves, o que eu não fiz por Edvaldo Nogueira: interferir na Adema para rasgar a opinião técnica de profissionais de alta qualificação que fazem a fiscalização ambiental em Sergipe, disse.
E concluiu: “Se eu agir assim, estou traindo a lei e o meu mandato. O secretário municipal de meio ambiente e promotor de Justiça tem tentado politizar e isso tem me espantado e me deixado realmente preocupado, pois essa forma agressiva, de tentar fazer guerra com a Adema, só prejudica”.
Fonte: Faxaju
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