No Dia Nacional de Combate à Hipertensão, lembrado ontem (25), especialistas alertam para os riscos da doença, que pode causar problemas cardíacos, renais e mesmo cerebrais. Todos os anos, cerca de 300 mil brasileiros morrem em decorrência de doenças cardiovasculares resultantes da chamada pressão alta.
De acordo com o coordenador do Centro de Hipertensão da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o cardiologista Lucimir Maia, o sedentarismo, o excesso de peso e o excesso de sal nos alimentos, além do estresse, do tabagismo e do alcoolismo, estão entre os principais fatores de risco para a hipertensão.
Hábitos como dormir bem, praticar atividades físicas e se alimentar de maneira saudável, segundo ele, fazem parte do tratamento indicado para hipertensos e também como forma de prevenir o problema. Se não for controlada, a pressão alta pode provocar lesões nos rins, cegueira e até demência (perda de memória).
Para a professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), cardiologista Maria Cláudia Irigoyen, a hipertensão deve ser vista como uma doença traiçoeira por ser silenciosa, ou seja, por não apresentar sintomas específicos. “Uma eventual dor de cabeça, um sangramento no nariz ou uma tontura pode ser sinal de que a pessoa está com o problema”, alerta
Ela ressaltou que quem tem casos da doença na família pode apresentar o quadro de forma mais precoce. "Quem é filho de hipertenso tem de medir a sua pressão, porque é a única forma de saber se tem ou não [a pressão alta], mas não quer dizer que obrigatoriamente terá a doença".
“[O índice] 14 por 9 seria o limite daquilo que a gente pode aceitar como pressão normal. Embora a gente diga que a pressão ideal seja 12 por 8, se aceita até 14 por 9, pois ainda está dentro de uma faixa de normalidade. A partir daí sim, nós temos de tomar cuidado, tomar providências”, concluiu.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de um terço das pessoas no mundo tem pressão alta. Em 2008, 40% dos adultos com 25 anos ou mais sofriam de hipertensão. No mesmo ano, 17,3 milhões de pessoas morreram apenas em razão de doenças cardiovasculares. Cerca de 80% dos óbitos provocados por doenças não transmissíveis são registrados em países de baixa e média renda.
Fonte: Agência Brasil
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