Um trabalho investigativo do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), da Coordenadoria da Polícia Civil no Interior (Copci) da Divisão de Inteligência Policial (Dipol), Comando de Operações Especiais (COE), e do Grupamento Tático Aéreo (GTA) desarticulou uma quadrilha responsável por pelo menos seis assaltos na região do Baixo São Francisco, em Sergipe. As investigações tiveram início a partir de um assalto ocorrido no início deste ano contra um empresário de Neópolis, dono de várias balsas, que perdeu R$ 100 mil para os assaltantes.
A polícia começou a investigar o caso e descobriu que a mesma quadrilha realizou outro assalto no município de Aquidabã. Desta vez, a vítima foi um pecuarista que teria apurado R$ 30 mil com a venda de parte das reses da fazenda. “Eles chegaram à casa do produtor rural vestidos com uniformes da Energisa. Tiveram fácil acesso ao interior da residência e conseguiram render toda a família. Neste assalto, eles levaram cerca de R$ 3 mil”, explicou o diretor do Cope, delegado Everton Santos.
O delegado conta, ainda, que no assalto de Neópolis eles se aproximaram da vítima com uniformes da Polícia Federal. No último sábado, dia 26, policiais militares do COE e do GTA identificaram os quatro integrantes da quadrilha na região do Baixo São Francisco, em Brejo Grande, onde foi registrado um roubo a um caixa eletrônico do Banco do Brasil. O caixa foi cortado com auxílio de um maçarico. O delegado Everton Santos explica que a quadrilha ainda não foi formalmente apontada como autora deste crime, mas para a polícia todas as evidências levam para isso.
“Roni Peterson, um dos líderes do bando, já foi preso em 2009 por estouro de caixas eletrônicos em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). O assalto ocorrido em Brejo Grande tem as mesmas características dos praticados no interior da Bahia e Pernambuco, então vamos investigar mais a fundo porque eles certamente têm participação neste caso”, disse Everton.
Além de Neópolis e Aquidabã, a quadrilha já realizou assaltos em Brejo Grande, Pirambú e Propriá. “Encontramos com Roni Peterson um par de alianças de ouro com os nomes do casal Jailton e Luciana, certamente uma das vítimas da quadrilha”, explicou o capitão Melo, do Comando de Policiamento Militar da Capital (CPMC).
As prisões - A quadrilha é composta pelos pernambucanos José Valdemar da Silva, Ronny Peternson Pereira de Lima e Jussejanho Pereira dos Santos, além do sergipano José Wylames Ferreira da Silva, natural de Aracaju e que residia em Propriá. De acordo com as investigações, era Wyllames o responsável por repassar informações aos pernambucanos sobre quem deveria ser assaltado. “Ele monitorava as possíveis vítimas e ligava para os comparsas dizendo o melhor dia de praticar os crimes”, explicou o delegado.
Com os detidos, foi apreendido um veículo Gol, placa HZY-8546, que estava carregado de poofs, bornais, guarda-chuvas, além de vários artefatos que os ajudavam no disfarce de serem comerciantes. “Além de utilizarem fardas de órgãos públicos eles se diziam ambulantes quando na verdade se utilizavam desse artifício para transitar livremente nas cidades interioranas com o intuito de levantar informações sobre os seus futuros alvos (pessoas e estabelecimentos bancários)”, comentou Everton.
Os pernambucanos foram presos no povoado Lagoa Redonda, a 12 km da sede de Pirambú. Já o sergipano foi preso em casa na cidade de Propriá. A polícia sergipana procura agora o restante da quadrilha que encontra-se foragida. Levantamentos apontam que eles são de Alagoas e Pernambuco. “Acreditamos que até esta primeira dezena de junho estaremos fechando esse crime com a prisão dos seis foragidos”, concluiu Everton.
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