terça-feira, 16 de abril de 2013

DESO VAI REDUZIR PARA 35% ÍNDICE DE PERDAS DE ÁGUA.


A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) definiu como meta inicial reduzir para 35% o índice total de perdas de água na Grande Aracaju, no prazo de dois anos. Hoje, mais de 50% da água produzida deixa de ser faturada devido aos vazamentos e fraudes existentes na rede. Para reforçar o combate ao desperdício, equipes das diretorias Operacional e Comercial da empresa começaram a executar um plano de trabalho que visa identificar os locais onde há queda de distribuição e sanar as ocorrências. 

O diretor de Operações, Sílvio Múcio Farias, explicou que a região metropolitana foi escolhida para primeira etapa do plano de trabalho por representar 70% do faturamento, além de ter desperdício mais concentrado. Em todo o estado, a Deso possui mais de 6 mil quilômetros de rede de abastecimento de água. E é comum em sua extensão serem identificadas tanto as perdas físicas, como vazamentos; quanto perdas aparentes, que são as fraudes provocadas por furto e desvio de água. 

“Para facilitar nossas ações, dividimos a Grande Aracaju em distritos e começamos a implantar macromedidores. Assim é possível identificar a quantidade de água que é distribuída e que é faturada por localidades específicas”, explicou o engenheiro Sílvio. Quanto às áreas mais vulneráveis às fraudes, ele alertou que as ligações clandestinas são encontradas em todas as camadas da sociedade, mas se centralizam nas regiões de menor poder econômico. 

Dentro da execução do plano de trabalho, quando são verificados os casos de fraude, os infratores ficam sujeitos às medidas administrativas adotadas pela Deso e podem ser denunciados para responder judicialmente a processo criminal por furto de água. Segundo o diretor-presidente da Deso, Antônio Sérgio Ferrari Vargas, as pessoas precisam ter consciência de que estão cometendo uma irregularidade grave ao furtar água e que isso tem consequências. 

Infrações desta natureza geram sérios problemas de distribuição, chegando a deixar comunidades sem o serviço devido a redução da pressão da água na rede. As principais áreas afetadas por essa problemática são aquelas situadas em pontos altos ou mais distantes. 

Plano de trabalho 

Além de identificar as fraudes, o sistema de controle de perdas estabelecido pela Deso possui várias frentes de atuação, entre elas estão os trabalhos educativos, a redução de pressão, retiradas de vazamentos, substituição de hidrômetros antigos e controle de produção de água. Todas as atividades já são realizadas diariamente pela empresa e estão sendo reforçadas para que a meta de diminuir o índice para 35% seja alcançada. Na segunda etapa esse número cairá para 20%. 

Para atingir esse percentual, a Companhia de Saneamento de Sergipe deu início em 2012 a elaboração de um plano que neste momento é executado em Aracaju. A capital foi estrategicamente dividida em 32 Distritos de Medição Controlada (DMC), que são tratados como condomínios onde é possível ter controle mais preciso do volume de água. Em cada DMC, há registros sendo implantados. Esse mesmo projeto operacional será implantado em Nossa Senhora do Socorro e na cidade de Barra dos Coqueiros. 
Em todo o Brasil, o trabalho de controle de perdas tem um histórico recente, pois há pouco tempo a prioridade do setor era somente a ampliação da cobertura de água e esgoto para população. “Isso permitiu um ganho, principalmente para a saúde, uma vez que os estados - incluindo Sergipe - reduziram consideravelmente a mortalidade infantil”, descreveu Sílvio. 

Ele revela que o acesso ao saneamento básico foi ampliado, assim como se tornaram crescentes os casos de furto e vazamentos. “Foi para amenizar os prejuízos causados a produção de água que a Deso, assim como as demais companhias, começou a priorizar também a redução e o controle das perdas nos últimos anos”, afirma. 

A experiência que começou a ser colocada em prática pela Deso há um ano, e agora é reforçada, é desenvolvida em outros estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, bem como companhias de outras unidades federativas que participam das câmaras de discussão da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento – AESBE. 

Outros investimentos 

Investimentos mais significativos já foram feitos por meio do Governo do Estado, durante a duplicação da Adutora do São Francisco – maior sistema que atende a Grande Aracaju. A obra orçada em mais de R$ 127 milhões contou não só com a expansão de toda a estrutura, como permitiu modernizar as unidades de controle de produção. Como parte do projeto, toda a extensão da tubulação passará a contar com sensores que indicam quando há rompimentos, o que reduz o tempo para início de manutenção e o desperdício de água.

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