sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"GOVERNO NÃO TEM PLANEJAMENTO E ENGANA EMPRESÁRIOS", AFIRMA VENÂNCIO.

O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna na manhã de ontem, dia 18, para criticar o governo do Estado pela falta de planejamento por este ter cancelado o pagamento de todas as obras que estão em andamento. Para Venâncio, a gestão enganou os pequenos e médios empresários da construção civil, que agora vão enfrentar dificuldades para honrar os compromissos de final de ano com os seus funcionários. O deputado entende que o governo tirou proveito eleitoral das obras e aplicou um calote nos empresários. “O governo se beneficia eleitoralmente no período de campanha com essas obras e, agora, no período de fazer as medições, entregar ao órgão e receber a fatura, o governo vem e suspende o direito dos empresários? Isso é um absurdo! O deputado Francisco Gualberto (PT) acusava o governo passado de dar calote. E nós vamos dizer o quê deste governo? O ano está terminando e esse governo também. Coitado do próximo governo que vai assumir, que vai receber essa herança maldita. Como se trata de um aliado não vai poder nem falar, nem colocar a culpa no governo passado”, ironizou o líder da oposição. Venâncio lamentou que o governo tenha anunciado as ordens de serviço no ano eleitoral para depois fechar o caixa após a vitória nas urnas. “A verdade é que o Estado está quebrado! Falido! E quem deixou isso claro foi o secretário da Fazenda na explanação que fez recente aqui. Ele deixou claro que o Estado tem disponível em caixa apenas R$ 65 milhões que já estão comprometidos para pagar a folha de pagamentos e o 13º salário. Como diz no popular, o Estado está quebradinho da Silva Xavier”, criticou. O líder da oposição disse que se o Estado não tinha dinheiro e mandou autorizar a obra é porque não tem planejamento ou deu um calote nos empresários. “A máquina só vai começar a funcionar em março em termos de pagamento. Como as pequenas e médias vão suportar? E o pagamento aos fornecedores e ao funcionalismo público? Também não sei nem se as grandes empresas suportariam uma carga dessa. O secretário da Fazenda disse aqui que o dinheiro para o 13º estava garantido. Essa tal conta única foi uma forma que encontram para juntar dinheiro para pagar os servidores. É um governo sem coração”, reclamou. Venâncio destacou ainda que várias obras iniciadas no Estado já estão paradas, como a rodovia que liga Indiaroba a Umbauba, por exemplo. “Estão com essa dificuldade toda para fechar esse ano. E isso porque ganharam a eleição. Imagine se tivessem perdido nas urnas? Se tivesse que entregar o governo para um adversário? Era um desespero”, encerrou. Em aparte, o deputado Antônio Passos também reclamou da falta de planejamento do governo e disse que “com a aprovação do projeto da conta única o governo terá recursos para pagar o 13º salário dos servidores. Lamentamos que os pequenos empresários estejam apertados hoje porque acreditaram no governo”. Também em aparte, o deputado Augusto Bezerra (DEM) disse que fica preocupado mais ainda com os funcionários destas empresas que vão ficar sem receber seus salários neste final de ano. "As empresas não vão ter como pagá-los e a culpa não é dos empresários, mas deste governo sem planejamento. Vamos ver pedreiros, auxiliares e carpinteiros desempregados em pleno Natal. O governo deu um grande calote”, disse. O democrata ainda colocou que “é muito fácil o secretário dizer que o 13º já está garantido. Agora eu quero ver é o calendário. O prefeito de Socorro, por exemplo, já anunciou seu calendário. Até o dia 20 de dezembro os salários de novembro, dezembro e o 13º já estarão pagos. Agora no governo de João Alves (DEM) tinha a conta única e reclamavam. Agora estão ‘raspando o tacho’. Todo o funcionalismo público fica preocupado com isso tudo. O desemprego no Natal é uma violência contra os trabalhadores”. Por sua vez, o também deputado Nicodemos Falcão (DEM) disse que um amigo seu empresário lhe telefonou para confidenciar que já penhorou uma casa para conseguir pagar os funcionários. “Isso é um desrespeito muito grande e espero que o governo encontre soluções e resolver o problema dos pequenos e médios empresários”.

Um comentário:

  1. Como criar independência numa sociedade exclusivamente dependente do poder estatal na questão econômica? A partir desse panorama, tudo está amordaçado, numa rede de interesses que dificilmente criarão uma pluralidade, seja na imprensa, negócios, arte e cultura. Um orçamento apertadíssimo como esse é impensável para um estado que se orgulha de ter o maior PIB per capita do nordeste. Essa preocupação com o décimo terceiro remete à orçamento de cidades interioranas que não tem receita e necessitam de ajuda federal para sobreviver. Mas com certeza alguém 'mamou' e bonito, nas licitações fraudulentas, naquelas de compadres. E o cidadão que se lasque...

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