quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CÂMARA DE ARACAJU DISCUTE SOBRE FECHAMENTO DA ESCOLA ROTARY.

Foto: César de Oliveira

O possível fechamento da Escola Rotary Dr. Wilson Rocha, localizada na rua Alagoas, no bairro Siqueira Campos, foi discutido na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), na manhã desta quinta-feira, 26/11. A Sessão Especial foi proposta pelo vereador Jailton Santana (PSC) e contou com a participação de professores e de pais de alunos.

Abrindo a sessão, o vereador Jailton Santana justificou a sua iniciativa, afirmando que mesmo sem conhecer sequer algum professor ou aluno daquela escola, se preocupou com a notícia do fechamento por parte da PMA, que já deixou bem claro que a escola não irá mais funcionar. Segundo o parlamentar, a Prefeitura de Aracaju poderia comprar o prédio da unidade que está à venda e não tomar a decisão de transferir os alunos para a Escola Presidente Vargas. "Localizada na praça Dom José Thomaz, a Presidente Vargas já foi inclusive interditada, pois fica num local perigoso, onde marginais atuam diariamente e vários homicídios já foram praticados ali, além das péssimas condições físicas da escola".

A professora Ridaci Santiago pediu o apoio dos vereadores para que não deixem fechar a Escola Rotary, por tudo que ela representa e oferece aos pais e alunos de vários bairros da periferia, desde fevereiro do ano 1965. Ela disse não entender o porque da prefeitura querer fechar a escola e transferir os alunos para a Escola Presidente Vargas, hoje sem a menor condição de oferecer um ensino de qualidade.

Em nome das mães de alunos, Ana Maria do Nascimento, além de pedir apoio aos vereadores, questionou o governo municipal pelo fato de, ao invés de investir na escola, querer fechá-la, mesmo sabendo da importância da mesma, na qualidade de ensino oferecida aos seus alunos e a tranquilidade que oferece aos pais. Eli Heleno, pai de um dos alunos da unidade de ensino, disse conhecer de perto a importância da mesma para os estudantes, a qualidade do ensino oferecida. Ele lamentou que a situação tenha chegado ao ponto de professores, alunos e pais recorrerem ao Legislativo, para tentar impedir o que nunca deveria estar acontecendo, que é o fechamento de uma escola.

Em seguida, os vereadores se inscreveram para externar suas opiniões sobre o tema. O primeiro foi o vereador Elber Batalha (PSB), líder do prefeito na câmara. Segundo o parlamentar, a iniciativa da Secretaria Municipal de Educação de fazer a transferência dos alunos é porque na Escola Rotary funcionam nove salas, enquanto na Presidente Vargas existem 13 salas à disposição. “A compra do prédio não teria sentido, já que o município possui uma unidade de ensino a poucos metros da Escola Rotary. Batalha prometeu que ainda hoje, durante reunião que terá com o prefeito, vai fala sobre a preocupação dos professores, pais e alunos pela mudança de algo que está dando certo.

Nitinho (DEM) criticou a forma como se faz educação no Brasil, No caso de Aracaju, disse não entender como o ensino público caiu no descrédito da sociedade, porém afirmou que tudo isso é porque não existe por parte do Executivo, nenhum compromisso com a educação. Nitinho denunciou que nas visitas que tem feito a algumas escolas, conseguiu ver de perto o descaso como a educação é tratada na cidade. O vereador do DEM garantiu que criará um telefone no sistema 0300, para que alunos, pais e professores denunciem tudo de errado que acontece com a educação em Aracaju.

Juvêncio Oliveira (DEM) externou a sua indignação pelo que vem ocorrendo na educação em Aracaju e alertou o prefeito para que não queira receber o título de persona non grata, por parte da população mais carente de Aracaju. Oliveira elogio o autor do requerimento, que trouxe este tema para o debate e lamentou que Edvaldo Nogueira queira desalojar crianças que estão bem acomodadas, para colocá-las num local inadequado, sob a desculpa de que está economizando, quando se sabe que fortunas são gastas em festejos e outras atividades, mesmo que para isso agrida a educação."Será que o prefeito não passou pela escola pública?”, questionou.

Em nome do Sindipema, a professora Maria Elba lamentou a forma como a educação é tratada em Aracaju e o fato do governo do PT está se notabilizando pelo fechamento de escolas. Para a sindicalista, o governo tem a obrigação de promover e investir na educação, ao invés de estar fechando escolas, ou transferindo alunos para locais de alta periculosidade. "Vejo hoje nesta casa, um fato inédito, quando professores, pais e alunos buscam junto aos nossos legisladores, evitar que num ato insano, a prefeitura tome esta inciativa contra um setor tão importante como a educação", afirmou.

Nas considerações finais, a professora Leonor Valois disse que trabalha na educação ha 33 anos e destes, 19 foram na Escola Rotary, e ficou surpresa com a informação passada pela secretária de Educação, que a escola seria extinta. A professora destacou a importância dos projetos colocados em prática pela escola e a luta em tirar crianças da marginalidade. “Não podemos admitir que tanto esforço por parte dos profissionais e dedicação dos alunos sejam destruídos de uma hora para outra, sem nenhuma razão”, finalizou, reforçando o pedido de apoio aos vereadores para que a unidade não seja fechada.

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