Temos visto nos últimos dias a multiplicação de decisões determinando toque de recolher para os menores de idade e muitos têm se manifestado contra tais decisões.
Penso que, se todos prestassem mais atenção no número de adolescentes morrendo antes da hora, envolvidos com o consumo e tráfico de drogas, marginalidade ou vivendo uma sexualidade precoce e mal orientada que resulta na geração de novas vidas ou doenças, olhariam com mais carinho para tais decisões.
Não que estas coisas só aconteçam na calada da noite, mas o fato é que se vivêssemos numa sociedade onde ainda valesse a máxima do “primeiro a obrigação e depois a diversão”, muitos jovens não estariam trocando o dia pela noite, o banco da escola por festas, games e videogames, lan houses e outras atividades e ambientes que acabam por roubar a energia intelectual que deveria estar concentrada em sua vida escolar.
Nós, ligados à educação das gerações mais jovens, nos assustamos com o enfraquecimento e a frouxidão da família em sua tarefa precípua de impor limites desde o berço para que se aprenda a conviver com normas e leis mais tarde.
Talvez seja por isso que sejamos receptivos ao toque de recolher para os menores. De tanto ouvir mães declarando com todas as letras que não dão conta de seus filhos ou que querem entregá-los ao juiz ou ao Conselho Tutelar, é que nos perguntamos: se no fritar dos ovos é mesmo o Estado quem irá frear aqueles que as famílias não conseguiram, por que ele não pode se antecipar e adotar medidas preventivas como essa em questão? Se os pais não conseguem segurar seus filhos em casa, por que não podem contar com o auxílio da Lei para impedi-los de sair?
Afinal de contas – quem já estudou a respeito, sabe disso –, no processo de formação do juízo moral, antes que o ser amadureça internalizando as normas, constituindo o que chamamos de moral autônoma, elas estão fora do indivíduo numa moral heterônoma, ou seja, exercida por pais, professores, religiosos, leis, juízes, etc.
Se chegamos ao extremo do toque de recolher é porque, na sociedade em que vivemos, não tem havido um desenvolvimento saudável e as pessoas não internalizam a Lei. Desrespeitam-na com toda sorte de delitos, descobertos ou não. Acham que podem passar por cima de tudo e de todos e assim acabam, na pior das hipóteses, matando por pouco ou morrendo por nada, contando talvez com a triste impunidade reinante.
E, enquanto assim for, consideramos válidas todas as tentativas de impedir que os menores fiquem expostos a situações que roubam sua dignidade de filhos do Criador e que poderão levá-los aos vícios, à exploração sexual ou dos traficantes, à gravidez precoce, aos acidentes no trânsito ou envolvimentos com a lei.
Antes “preso” em casa hoje do que num Centro de Recuperação ou penitenciária amanhã!
Fonte: JM Online (artigo da psicóloga Vera Lúcia Dias)
Penso que, se todos prestassem mais atenção no número de adolescentes morrendo antes da hora, envolvidos com o consumo e tráfico de drogas, marginalidade ou vivendo uma sexualidade precoce e mal orientada que resulta na geração de novas vidas ou doenças, olhariam com mais carinho para tais decisões.
Não que estas coisas só aconteçam na calada da noite, mas o fato é que se vivêssemos numa sociedade onde ainda valesse a máxima do “primeiro a obrigação e depois a diversão”, muitos jovens não estariam trocando o dia pela noite, o banco da escola por festas, games e videogames, lan houses e outras atividades e ambientes que acabam por roubar a energia intelectual que deveria estar concentrada em sua vida escolar.
Nós, ligados à educação das gerações mais jovens, nos assustamos com o enfraquecimento e a frouxidão da família em sua tarefa precípua de impor limites desde o berço para que se aprenda a conviver com normas e leis mais tarde.
Talvez seja por isso que sejamos receptivos ao toque de recolher para os menores. De tanto ouvir mães declarando com todas as letras que não dão conta de seus filhos ou que querem entregá-los ao juiz ou ao Conselho Tutelar, é que nos perguntamos: se no fritar dos ovos é mesmo o Estado quem irá frear aqueles que as famílias não conseguiram, por que ele não pode se antecipar e adotar medidas preventivas como essa em questão? Se os pais não conseguem segurar seus filhos em casa, por que não podem contar com o auxílio da Lei para impedi-los de sair?
Afinal de contas – quem já estudou a respeito, sabe disso –, no processo de formação do juízo moral, antes que o ser amadureça internalizando as normas, constituindo o que chamamos de moral autônoma, elas estão fora do indivíduo numa moral heterônoma, ou seja, exercida por pais, professores, religiosos, leis, juízes, etc.
Se chegamos ao extremo do toque de recolher é porque, na sociedade em que vivemos, não tem havido um desenvolvimento saudável e as pessoas não internalizam a Lei. Desrespeitam-na com toda sorte de delitos, descobertos ou não. Acham que podem passar por cima de tudo e de todos e assim acabam, na pior das hipóteses, matando por pouco ou morrendo por nada, contando talvez com a triste impunidade reinante.
E, enquanto assim for, consideramos válidas todas as tentativas de impedir que os menores fiquem expostos a situações que roubam sua dignidade de filhos do Criador e que poderão levá-los aos vícios, à exploração sexual ou dos traficantes, à gravidez precoce, aos acidentes no trânsito ou envolvimentos com a lei.
Antes “preso” em casa hoje do que num Centro de Recuperação ou penitenciária amanhã!
Fonte: JM Online (artigo da psicóloga Vera Lúcia Dias)
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